Ensinar e Correr - Em Jardim professora dá aula de auto-estima e boa forma e conquista seguidores
13/10/2010
Superação, força de vontade, determinação, educação e a conquista de uma saúde invejável – estes são alguns dos inúmeros adjetivos aplicados à professora Nilva Escaliante Mancino, quando temos a oportunidade de conhecê-la e saber de sua história de vida e ver de perto o que é praticar de verdade as palavras ENSINAR e CORRER.
Mas tudo começou com o telefonema de um colega da mídia, o fotógrafo campo-grandense Marco Maddo, na tarde de domingo, 25, informando que havia enviado, via e-mail, a foto de uma professora jardinense, cujo nome da escola estava na camiseta usada, e que a mesma tinha participado da segunda etapa do Circuito de Corridas da CAIXA, em Campo Grande, e que seria interessante produzir uma matéria com a “atleta”, numa forma de valorização o esforço da mesma, bem como de servir de incentivo para outras pessoas que desejassem seguir este exemplo. Achei interessante e resolvi saber quem era a tal atleta.
Ao abrir a foto, no primeiro instante, não reconheci, mas logo pela manhã de segunda-feira (26), busquei informações na Escola Coronel Rufino (era o nome da escola que estava na camiseta) e para minha surpresa fui apresentado à professora Nilva Mancino, coordenadora pedagógica da unidade de ensino e com muita alegria disse que tinha participado do evento em Campo Grande, mas não sabia quem era o fotógrafo que havia registrado este momento tão importante para sua vida. Marcamos uma entrevista em sua residência e para mais uma surpresa, fiquei sabendo quem era de verdade a “atleta Nilva”, conquistadora de dezenas de títulos na Categoria Acima de 50 Anos, em vários lugares do país e a sua participação em 2008, da Maratona de Paris, com mais de 40 mil pessoas. Simplesmente o máximo!!
A professora Nilva Mancino começou a correr quando tinha 50 anos de idade. Após residir por 16 anos em Jardim, atuando como professora, coordenadora pedagógica e diretora da Escola Coronel Rufino, Nilva foi para Curitiba (PR) e conheceu o Parque Barigui e acreditou que, no esporte, poderia aliviar o estresse e a depressão de estar residindo em uma metrópole. “Morei muito anos em cidade do interior e sempre fui muito comunicativa. Com minha ida à Curitiba, onde permaneci por 13 anos, percebi que naquela cidade, o relacionamento com pessoas vindas de outros estados não era nada legal, então me senti bastante sozinha, resolvi visitar o Parque Barigui e observei que, no cooper, as pessoas demonstravam estar de bem com a vida e seria um modo de fazer novos amigos. Foi o ponta pé inicial para muitos desafios. De lá pra cá nunca mais parei e hoje, com 58 anos, já subi centenas de vezes ao podium, na categoria Acima de 50 anos”, contou a professora, mostrando fotos, recortes de jornais, medalhas e troféus conquistados.
Nos anos de 2005 e 2006, a professora Nilva Mancino participou da famosa Maratona de São Silvestre, que acontece no final do ano, em São Paulo, percorrendo os 15 quilometros do percursso e guardando para sempre a emoção de estar entre milhares de pessoas, na Avenida Paulista. “São momentos inesquecíveis que fazem com que eu não desista jamais de praticar este tipo de esporte”, relatou.
Questionada sobre a Maratona de Paris em 2008, a professora Nilva Mancino fez questão de mostrar um tablóide, onde aparecia uma matéria sobre a sua ida à Cidade Luz. “Ainda morando em Curitiba, me arrisquei, e como boa brasileira, vesti a camisa verde e amarela e levando a bandeira do meu país, fiz o percurso dos 42 quilometros e 195 metros, totalizando 4 horas e 12 minutos, entre os mais de 40 mil atletas de várias partes do mundo. Uma verdadeira Torre de Babel”, citou. “Foi uma das melhores experiências da minha vida e tudo isso tem nome – minha amiga Regina Araújo e sua filha Manuela Araújo, que me receberam em seu aconchegante apartamento, em Paris, juntamente com meus parceiros Ronaldo Pencai e João Batista. Sou eternamente grata por essa amizade e carinho”, ressaltou a atleta.
Além de Paris, a professora Nilva já participou de corridas em Buenos Aires, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Foz de Iguaçu, Santa Catarina, São Paulo, entre tantos outros.
Em julho de 2009, a professora Nilva voltou a Jardim, e nesse período se preparou e participou, em Campo Grande, da Primeira Meia Maratona Internacional do Pantanal “Volta das Nações”, conseguindo o mais alto lugar no Podium – 1º Lugar – representando a cidade de Jardim. Além desse evento, a atleta já esteve por mais duas vezes no alto do podium, sendo a ultima, no dia 25 de abril, domingo, na segunda etapa do Circuito de Corridas da Caixa, se tornando a campeã da prova na Categoria 55 a 59 anos, mais uma vez representando a cidade de Jardim.
“Sinto-me realizada praticando este tipo de esporte. Estou sempre atenta aos eventos esportivos que acontecem no Estado e a partir daí, dentro das minhas condições busco participar. Além da experiência de novos amigos, sinto alegria de viver participando das corridas. Sinto cansaço, mas com felicidade”, ressaltou. Questionada sobre o apoio da família, Nilva foi categórica ao afirmar “parceria” e ainda recebeu elogios do neto Egon, que afirmou ser um fã de carteirinha da avó atleta. “Não é toda velhinha que corre igual a minha avó e quero ser igual a ela”, disse Egon.
Finalizando a entrevista, a professora Nilva Escaliante Mancino disse que nesse período, conquistou dezenas de seguidores, recebendo apoio dos amigos e elogios por parte dos amantes desse esporte. “Quero agradecer o carinho que sempre tive de todos, família e amigos, e hoje, da imprensa e do mais novo amigo, o fotógrafo Marco Maddo, que com seu olhar critico e ao mesmo tempo sensível, tem visto, não somente o meu desempenho, mas de muitos outros atletas, nos incentivando a mostrar que esporte é saúde”, finalizou emocionada.