Corrida de Garçons atrai e diverte profissionais da Capital
09/08/2011
A tradicional corrida de bandeja em comemoração ao dia do garçom reuniu 60 competidores, quatro deles, mulheres, na tarde de hoje, na chácara Bonança, no bairro Taveirópolis. A troca do atendimento ao cliente pela brincadeira vem desde a década de 80 e mostra a habilidade de quem serve a mesa todos os dias.
Antes de saber o resultado final da apuração, o garçom há 7 anos, Antônio Pereira da Silva, de 29 anos, mais conhecido como Corumbá já comemorava. “Estou liderando com 23 segundos”, diz. Para o presidente do sindicato dos garçons, ele grita de longe “Eu sou o artilheiro da corrida, eu que vou vencer”.
Se dependesse só da torcida da esposa, o prêmio para o primeiro lugar, de R$ 300 já era do Corumbá. “Ele não deixa cair não, é bom no que faz”, elogia a companheira de longe.
Corumbá acabou vencendo e levou pra casa, além do dinheiro, o troféu de primeiro lugar. Pelo tempo de trabalho, ele já sabe dizer onde não pode errar. “É atendendo bem, sendo gentil, assim você conquista o cliente”, fala. E mesmo se a clientela não for das mais agradáveis, o garçom sempre tem uma carta na manga. “Precisa continuar sendo gentil, educado, até ele ficar sem graça, aí resolve”, conta.
Na tarde de hoje, a bandeja deixou de ser instrumento de trabalho e virou prova em competição. Os participantes precisaram percorrer aproximadamente 70 metros com latas e copos e sem derrubar.
“É bem mais difícil do que o dia-a-dia, a velocidade não pode ser exagerada porque se não está desclassificado. Agora se cai da bandeja no trabalho, é só erguer de volta, no máximo pede desculpas e pronto”, relata Itan Celestino, de 40 anos, garçom há duas décadas.
Garçom há 20 anos e participante da corrida, Itan aproveita para trocar clientela pela família. (Foto: João Garrigó)
No dia de folga, quem parece aproveitar mais o tempo livre do garçom é a esposa e os filhos. Luciana Souza, de 26 anos e os filhos de 1 ano e outro de 8 meses, passaram o dia todo grudados no homem da casa. “Quase não dá tempo de almoçar junto, é muito bom ficar assim”, diz a mulher.
Com tantos anos de profissão, item característico de quem trabalha como garçom, atender clientes, anotar pedidos e trazer pratos, já é feito com o pé nas costas. Uma das únicas representantes femininas na corrida, Josiane dos Santos, 36 anos, garçonete há 14, admite que participa mais é por provocação. “É só para incomodar um pouquinho, dar nojo para eles. Eu chego, os homens já falam esse ano você não vai correr não”, brinca a garçonete chefe de outros 15 homens.
Josiane participa da corrida há quatro anos e traz para dentro da brincadeira a tarefa exercida diariamente. “Você impõe respeito e tem as técnicas também”, completa. Uma delas, a garçonete revela, atender cliente com muita atenção. “Tudo que pede você fala sim senhor, fica em cima, aí já conquista”. A dica cabe também para lidar com clientes não muito fáceis. “Você desarma desse jeito, pela atenção”, acrescenta.
Na corrida, Josiane não levou a melhor dessa vez, mas deixa o incentivo para as outras mulheres. “Elas precisam participar, mostrar que sabem”, responde.
O presidente do sindicato, Hélio Amancio conta que a confraternização juntou pelo menos 1,3 mil pessoas. A explicação para tanta gente vem da folga. Mesmo em plena segunda-feira, para quem tem o trabalho intensificado nos finais de semana, o dia parece ser feriado.
“A maioria da categoria folga hoje, ou pelo menos só trabalha a noite, então dá para estar junto da família e num momento de lazer, é assim que queremos comemorar”, finaliza.
Neste ano os vencedores foram Antônio Pereira da Silva na primeira colocação, Wellington de Paula, Marcelo da Silva e Osmar Rodrigues Arantes empatados com 25 segundos. Os “segundos lugares” levaram para casa troféu e prêmio de R$ 150.
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Fonte: Campo Grande News